
Embaixadas ocidentais e grupos que
defendem os direitos civis pressionam o Sudão a respeitar o direito de
Meriam Yehya Ibrahim Ishag de escolher sua religião. O Sudão tem uma
população majoritariamente muçulmana e é regido pela lei islâmica. A
imprensa local relata que a mulher condenada está grávida de oito meses e
por isso a sentença só será realizada após dois anos.
O juiz também condenou a gestante a 100
chibatadas por adultério. Ele justificou que o casamento com um homem
cristão não era válido e ela traiu a lei islâmica. No início da
audiência, um clérigo islâmico falou com Meriam, que estava literalmente
enjaulada no tribunal, por cerca de 30 minutos. O objetivo era forçá-la
à renúncia do seu marido cristão e a volta ao islamismo. Ela não
aceitou e, segundo relatos, calmamente disse ao juiz: “Eu sou cristã e
eu nunca cometi apostasia”.
A Anistia Internacional disse que Meriam
foi criada como uma cristã ortodoxa, religião de sua mãe, pois seu pai,
um muçulmano, teria sido ausente durante a sua infância. No tribunal, o
juiz se dirigiu a ela somente pelo seu nome muçulmano, Al-Hadi Adraf
Mohammed Abdullah. Ela foi presa e acusada de adultério em agosto de
2013 por ter se casado com cristão e o tribunal acrescentou a acusação
de apostasia, em fevereiro de 2014. A Anistia disse que Meriam tem o
direito de casar com quem desejar, assim como seguir a religião que lhe
convir, e deveria ser liberada imediatamente.